COP 30| Financiamento climático e ambiental

A COP 30 se aproxima e um dos temas centrais volta a ganhar força: o
financiamento climático e ambiental. Desde o Acordo de Paris, em 2015, ficou
estabelecido que os países desenvolvidos, responsáveis pela maior parte das
emissões históricas de gases de efeito estufa, deveriam mobilizar recursos
financeiros para apoiar nações em desenvolvimento na transição para uma
economia de baixo carbono e na preservação de seus ecossistemas. O
compromisso de mobilizar cem bilhões de dólares anuais ainda não foi plenamente
cumprido, e essa lacuna fragiliza a credibilidade das negociações climáticas.

É impensável acreditar que conseguiremos reverter o cenário atual de crise
climática sem que os países industrializados assumam sua responsabilidade
histórica. O dinheiro, é verdade, está nas mãos dos poluidores. Mas os ativos
ambientais estão nas mãos de países como o Brasil, que detêm não apenas a maior
floresta tropical do mundo, mas também vastos ecossistemas costeiros e
marinhos capazes de capturar e estocar carbono. Esse CARBONO AZUL, presente
em manguezais, estuários, recifes de corais e nas zonas costeiras, representa uma
oportunidade única de alinhar preservação ambiental e desenvolvimento
econômico.

Para que essa equação funcione, no entanto, não basta apenas boa vontade. É
preciso estabelecer métricas claras para valorizar esses ativos, garantir
transparência nas negociações e evitar que promessas de financiamento virem
apenas retórica diplomática. O Brasil e outros países do Sul Global não podem
abrir mão de liderar esse debate, transformando sua biodiversidade em um trunfo
estratégico.

Mais que uma questão de justiça ambiental, trata-se de justiça histórica. Quem
mais lucrou com a degradação do planeta deve arcar com a conta da reparação. E
quem cuidou da natureza precisa receber meios concretos para protegê-la, esse
conceito já é bem difundido: Poluidor Pagador – Protetor Recebedor. O futuro da
Amazônia, dos oceanos e, sobretudo, da vida no planeta dependerá de como o
mundo financiará hoje o amanhã.


Vinicius Fonseca, Especialista em Negócios Sociais pela
Fundação Dom Cabral – FDC; Provedor de Soluções da C40;
Membro do Conselho de Comunidades, Novos Negócios e
Economia solidaria da Associação comercial do Rio de Janeiro –
ACRJ, idealizador do SUSTENTA, Selo de sustentabilidade para
grandes eventos (Gestão de resíduos, neutralização de Carbono e tokenização de
ativos verdes), Diretor Executivo da INN.

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